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JOÃO MARTIM

 

pseudônimo de João do Carmo

 

nasceu a 9 de fevereiro de 1953 em Lisboa, Portugal.

 

Pintor, poeta e professor de Artes Visuais.

 

 

 

ELOS DE POESIA.  Coletânea de poemas de autores de língua portuguesa.  Camarata,  Portugal: 2005.  210 p   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Dos dez poemas do livro acima, adiantamos quatro:

 

 

 

Nem me avisto

Não vejo a minha branca sombra
nem me avisto
ao longe partir do sol que recua
mas sei
que os peixes nadam nos meus sonhos
a saudade das distâncias sulcadas
num rio como o sangue percorrido

 

 

 

 

Na noite que se despede de um grito

 

Sei agora porque onda
ou peixe choro
sempre que o mar de mim se afasta
num sombrio inverno
num esmorecer de marés
Sei agora o espanto magoado
das páginas que escrevo
sobre a salobra água dos desertos
Do naufrágio sei a noite
que se despede de um grito
longe das exactas janelas
na mais ingramatical ideia

 

 

 

      

O que na areia escrevo
às conchas confesso

 

 

O que na areia escrevo à conchas confesso
trabalho sempre no limiar da efémera palavra
no renovar das páginas que me descobrem
lento deslizar da noite que adormece gritando
Só o mar é o meu editor
mergulho para actualizar a escrita aquática
edito os meus textos ao ritmo gramatica das algas
Das palavras presas nos adjetivos corais
alguma letras emergem para respirarem
para lembrarem das areias onde nasceram
depois regressam para um poema perdido
nessa insondável acrópole
onde respira também o meu peito insepulto

 

 

 

 

Respiro na água

Ando de maré em maré
num tino que se arrasta
numa névoa que encobre
a aresta do medo
Não receio o mar
nunca receei o mar onde busco
e acho horizontes
entre ventos e mitologias
que se cruzam
Mergulho as minhas mãos
na indecisão dos dias
e na certeza das correntes
gravo a tua voz índica
sobre o caos fixo da grande ilha
onde o som da tua existência
chora imolado numa alma de xisto
Inundados os amores
Sorvo um murmúrio de peixe
respiro na água
o que sinto e não posso em terra
O que resta das praias grita
uma queixa que voa
e os sonhos turvam-se
inúteis num espelho
vaporizando as gaivotas
 

 

 

 

Página publicada em setembro de 2020


 

 

 
 
 
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